Por que me tornei vegetariana: Take
‘Você nunca gostou de carne.. desde pequena fazia cara feia quando eu te dava..’ É a frase que mamain mais fala quando reclama que não como e depois acaba se convencendo de que, não tem jeito, carne não é pra mim. Nunca foi natural, sempre ficava com aquele emaranhado indigesto de carne na boca, engolia forçado pra não passar tempo demais e acabar vomitando. Apesar dos pesares, faz apenas 1 ano e 9 meses que não ingiro carnes (mas nem peixe?) e ovo e leite diretamente (nossa, então você come o quê?). Digo diretamente pois ainda como ovo em pães e massas etc e derivados de leite. Tomar leite e mandar uma omelete, entretanto, tornou-se totalmente não natural depois que parei de vez com as carnes (vai entender, né) ‘Ah, pra quem tem tanto asco assim, faz muito pouco tempo que você não come...’ Sim, de fato, pois uma coisa dentro de mim sempre foi maior que qualquer repulsa por animaizinhos em meu prato: o respeito por meus pais. Eles sempre foram contra e eu, extremamente revoltada, não conversava civilizadamente e, por isso, não conseguíamos coexistir, batíamos de frente o tempo todo. Mas amadurecendo e pesquisando cada vez mais, reuni jeitinho e argumentos suficientes pra que esses dois fatores juntassem e trabalhassem em harmonia! Por isso que digo, o vegetarianismo trouxe não só muito mais saúde e disposição como paz interior, engrandecimento pessoal e aproximação com meus pais que agora separam todas as comidas sem carne, compram várias coisinhas diferentes que encontram e pesquisam/mandam artigos novos para mim. Creio que a ignorância sobre o assunto tenha dificultado todas as outras vezes em que tentei parar (e olha que foram muitas)... mas dessa, não teve volta. E como aconteceu? Você viu algo chocante? Assistiu a algum documentário? Foi mais ou menos assim... Em Janeiro de 2015, fiz o Caminho do Sol, uma peregrinação de 250km, para entrar em contato com meu eu interior (hehe) No próprio caminho, já não conseguia mais comer, mas não havia tomado nenhuma decisão. Foi em casa, onde estava preparando um filé de frango pra minha hermanita e simplesmente não aguentei o cheiro que aquele pedaço de ave tinha.... Decidi na hora que pararia de vez e pra nunca mais voltar. Por estar mais espiritualizada (ahan, ta), recebi uma luz e veio a intuição de pesquisar muito e não contar a ninguém nas primeiras semanas [se ninguém reparasse, o argumento de ser um incômodo para os outros seria inválido, né non! Haha] e deu certo... cá estou. Com a pesquisa, de causa natural do meu corpo, o vegetarianismo passou a ser uma resistência à indústria carnista (e ao capitalismo de forma geral), a uma prática religiosa, à prática do ahimsa – respeito a todos os seres vivos e à não violência – a uma forma de vida que só traz cada vez mais benefícios. Enfim, amar os animais em todos os sentidos... Acho que é isso! Namaste : )
Leticia Takeshita