Por que me tornei vegetariana: Keka
Comecei a pesquisar sobre o vegetarianismo sem querer. Algumas amigas já estavam fazendo a transição, o que tinha me causado certa curiosidade, mas a questão ainda não tinha me tocado. A busca de um termo no Google acabou me levando à uma página que falava sobre o tratamento que recebiam os animais da indústria da carne e não consegui deixar de ler. Tive acesso à informações que nunca tinham passado pela minha cabeça e uma vez dentro da minha mente, não consegui simplesmente ignorá-las. Tem gente que consegue. Que não associa o que está no prato com a parte do corpo de um animal que sofreu uma vida e morreu para agradar o paladar. Eu não consigo. Não entendo mais como conviver com a sensação de “adorar os animais” e os comer no almoço. Pra mim não funcionava mais, tive que fazer minha opção. Comecei deixando a carne vermelha e branca. E depois de 1 ano, deixei também de comer os peixes.
Não, eu nunca fui muito fã de carne. Mas sei que é gostoso. Por 30 anos tive uma alimentação carnívora. Lembro bem do gosto. Lembro que era bom. Mas melhor ainda foi deixar de contribuir com o sofrimento do bicho. Tive então a rica oportunidade de conhecer novos sabores, texturas, combinações... e só tive benefícios. Emagreci, minhas vitaminas estão todas ok (faço suplementação de B12 e só), me sinto mais disposta. Mas principalmente acho que o maior benefício foi o de dentro da minha cabeça mesmo.
Nunca tive coragem de ver os vídeos, não precisei ver os bichos sofrendo pra saber que eles sentem. Por que me pega lá no fundo, assim como quando vejo um cachorro abandonado na rua. É uma sensibilidade que eu não sei “desligar” dentro de mim.
O vegetarianismo foi o caminho mais justo comigo e com os outros animais (também somos animais né?) e dele eu não arredo o pé.
Keka Carrara